Em 1.989, quando o Batman de Tim Burton chegou ao cinema , uma verdadeira
enxurrada de títulos caça-níqueis foi lançada. No meio de tantas coisas
de qualidade duvidosa, havia uma obra-prima : Asilo Arkham. Tanto pelo
texto nervoso do escocês Grant Morrison quanto pela arte impactante do
inglês Dave McKean. Os mais temidos vilões de Batman tomam o hospital
para criminosos e ameaçam matar todos os reféns. A condição para
libertá-los é que o Morcego entre sozinho no local.
O que ocorre a
seguir é uma metáfora de uma descida ao inferno. Batman experimenta um
passeio que mexe com sua mente, a cada novo cômodo. A tortura
psicológica é tamanha que o herói chega a trespassar a mão esquerda com
um caco de vidro, na tentativa de não perder a sanidade.A narrativa do
suplício do Cavaleiro das Trevas é entrecortada por cenas em flashback
do diário de Amadeus Arkham, o fundador do asilo. Em suas palavras é facil
notar que aquele lugar respirava loucura muito antes de Batman existir.
Num dado momento, o Coringa propõe um jogo a Batman: dá a ele uma hora
para fugir pelos tenebrosos corredores antes que seus inimigos comecem a
caçá-lo. Assim,o herói encara as loucuras de cada um. Duas-Caras, Espantalho, Cara-de-Barro, Maxie Zeus, Chapeleiro Louco,
Professor Milo, Crocodilo, até chegar ao final e descobrir que quem
soltou os internos foi o doutor Cavendish, administrador do
Asilo, influenciado pelas profecias do diário de Amadeus Arkham.
O autor
amarra as duas tramas de modo muito inteligente; o roteiro, talvez pela
censura não consegue balancear os dois personagens principais
adequadamente. Embora as sequências com Batman recebam bem mais páginas
dos que as de Arkham, é a história do médico louco que sobressai com tal
força e consistência que faz com que nosso conhecido Morcego das Trevas
fique parecendo uma murcha mariposa girando em torno da luz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário