Pois bem. Miller elaborou um roteiro onde RoboCop seria apresentado e 
substituído por um novo modelo, também construído a partir de um 
organismo humano mutilado, só que com uma diferença : o novo supertira 
teria de humano somente o cérebro, tornando-se assim, o protótipo da 
máquina perfeita. Interessante, sem dúvida. Acontece que justamente aí 
reside o principal defeito do roteiro de Miller : o tal cérebro 
pertencia a um sujeito viciado em drogas, principalmente numa tal 
"nuke", o que o transformava literalmente num monstrengo doidão.
Apelando 
para esse aspecto, Miller transformou a nova engenhoca num ser 
absolutamente antipático para o público. O objetivo só poderia ser 
esse, uma vez que o roteirista tinha que incentivar e enaltecer as 
qualidades do primeiro" RobCop". Acontece que, paralelamente a isso , o
 que Miller criou foi um amontoado de clichês absolutamente sem nexo, que
 transformou o filme numa comédia de pastelão. Na sequência em que o novo
 supertira é apresentado á imprensa, por exemplo, seu fabricante, o mesmo 
que fizera o primeiro modelo, esclarece que RoboCopo 2 carrega o cérebro 
de um perigoso bandido, viciado em drogas, e mostra uma capsula carregada
 com o tal "nuke".
Ao ver sua "comidinha" nas mãos do "papai-cientista",
 RoboCop2 imediatamente se agita no melhor estilo. Resultado : arma-se 
uma tremenda pancadaria, incentivada por uma cientista inescrupulosa, na 
verdade a responsável pela escolha do cérebro do bandido "Junkie". 
RoboCopo 2 descontrola-se, matando praticamente todo mundo presente no 
local e, claro, defronta-se com seu "irmão mais velho", que, logicamente, vence a parada através de um artifício no mínimo ridículo :
 ele se agarra ao pescoço do caçulinha e, depois de várias tentativas 
arranca´lhe o cérebro. Claro está que o confronto entre os dois RoboCop 
era inevitável.

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