Ao contrário do que muita gente supõe, a adaptação, em quadrinhos, de uma 
história ou romance,não quer dizer mutilação da parte literária. Não 
quer dizer cortes a torto e a direito, com o sacrifício arbitrário de 
frases, de períodos ou mesmo de páginas inteiras. A eliminação de certas 
passagens, todavia, é imprescindível para que haja maior clareza e um 
seguimento mais natural - a bem de uma fácil compreensão do enredo por 
parte do leitor . Mas tudo obedecendo a uma orientação adequada a cada 
caso, de acordo com planos estabelecidos em consonância com o gênero da 
obra a ser posta em quadrinhos. E, obedecendo-se ao estilo do autor e a 
natureza do público ao qual é destinada a revista.
A EXPRESSIVIDADE DAS 
GRAVURAS : A história em quadrinhos por outro lado, não é um resumo dessa
 ou daquela obra. Nem é uma condensação. Assim como também não é a 
reprodução da obra original por meio de outras palavras, com uma redação 
diferente. Pôr um texto qualquer em quadrinhos quer dizer  adapta-lo ao
 gênero das histórias em quadrinhos. Mais exatamente, é o emprego da 
imagem- os desenhos- como elemento de auxílio á leitura. Visto como os 
desenhos, em muitíssimos casos, suprem com vantagem as palavras, resulta 
disso que a leitura, assim, se torna mais atraente, mais corrente, é mais 
compreensível, portanto.
Através dos desenhos movimentados, sincronizados 
com as legendas e os balões, levam-se á mente do leitor, mais 
naturalmente, belas páginas literárias que - lidas, apenas- talvez não 
revelassem ao leitos comum ( sem tempo para lê-las direito e 
desconhecendo sinônimos) o que de mais emocionante o autor ali tivesse 
pretendido revelar. As sutilizas dos subentendidos, das entrelinhas- e as 
dificuldades decorrentes do vocabulário ataviado ou rebuscado- são 
perfeitamente absorvidas e assimiladas por quem lê um romance posto em 
quadrinhos. Sim, porque as gravuras são mais inteligíveis e, em não 
pouco casos, são explícitas por si mesmas,não necessitando de legendas 
de qualquer espécie. A prova disso é que há histórias sem palavras. Só 
desenhos.
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