Todavia,a complexidade da sua linguagem não reside unicamente nesse
fator. Quando examinamos a relação de texto e imagem na ilustração,
caricatura, etc.., já constatamos a autinomia entre um e outro. No momento
em que Richard Outcault, na sua história The Yellow Kid, colocou textos
dentro do quadrinho e encerrou-os dentro do balão, estava fazendo mais do
que mudar a localização das palavras em relação ás figuras.
De fato, a
inclusão de palavras no campo imagístico implicou numa transformação do
seu uso, acrescentando conotações e algumas vezes alterando o seu
significado. As palavras sofreram um tratamento plástico, passaram a ser
desenhadas, o tamanho, a côr, a forma, a espessura, etc..., tornaram-se
elementos importantes para o texto. Quando um personagem diz "Oba" e
isto é escrito na balão com letras pequenas e miúdas significa "falando
baixo, com cuidado". Ao contrário, desenhada com letras grandes, e espessas
, quer dizer "falando alto, exaltado".Dois sentidos diversos são dados
pela mesma palavra através de tratamentos formais diferentes.
É evidente
que o desenho da palavra existe também fora do campo das imagens. Mas
nesse caso de existir uma conexão e uma síntese que se estabelece entre
(e ao mesmo Tempo), a linguagem analógica das imagens e a digital das
palavras. É exatamente nessa concomitância que está a importância dos
mencionados transporte e tratamento do texto nessa relação organizada
entre a informação analógica e a abstrata que criam um conjunto novo
possibilitando um conhecimento rápido e preciso.
Testes psicológicos
aplicados em crianças demonstraram que a informação quando transformada
em história em quadrinhos era aprendida num tempo assustadoramente
pequeno. Numa época em que a complexidade de conhecimento é cada vez
maior, fácil é compreender a relevância desse fato, e portanto, colocar
em discussão a literatura, o ensino, e mesmo a linearidade do
conhecimento abstrato.
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