sexta-feira, 19 de maio de 2017

RELEMBRANDO ........... Ken Parker .............. Parte II de III ..............

KEN PARKER - O INÍCIO . Era o dia 29 de dezembro de 1.868, quando Ken Parker, um caçador de peles, barbudo e mal vestido, viu seu jovem irmão ser barbaramente assassinado por ladrões. Esse golpe traiçoeiro que ceifou a vida de seu irmão deu início a saga de Ken Parker; uma inacreditável odisseia que conduziu o herói por todo o oeste e para o México, para o Canadá, para o Alasca e para o leste. Uma odisseia possível somente nos caminhos livres e fantasiosos da ficção. E Berardi encheu essas longas jornadas de Ken Parker de incríveis façanhas e personagens.



Ele procurou impor temas verossímeis para suas histórias e elaborar personagens vivas, para que pudessem ter uma movimentação natural dentro delas. Os ingredientes clássicos do gênero não foram esquecidos, Berardi renovou-os com grande originalidade. Ele buscou na própria realidade histórica e na mitologia do oeste a sua fonte de inspiração. Sua obra soube contar, como poucas, a história de um povo e de uma região. Realismo, fantasia, humor, poesia, tragédia - tudo se misturava nas narrativas de Berardi. Se os roteiros de Ken Parker buscavam a originalidade, os desenhos também deveriam fazer o mesmo. E Ivo Milazzo provou ser capaz disso.



Não podemos chamar seus desenhos de belos, de detalhados, de limpos, eles estão muitos longe do estilo clássico de um Foster ou Raymond. Mas podemos chama-los de expressivos e perfeitos para visualizar o proposto por Berardi em seus roteiros. Desenhista e roteirista se ajustaram de maneira primorosa para contar as histórias de Ken Parker. Foi uma obra dialética, abordante de preconceitos sociais e raciais, questionadora da própria realidade histórica, demolidora de falsos mitos , não há dúvida de que a série se sobressaiu entre a moderna HQ Italiana, mais por esses aspectos intrínsecos aos seus roteiros do que propriamente pelo seu aspecto visual.



Ken Parker não é uma obra isenta de falhas, mas é inegavelmente uma obra de muitos valores. Sempre foi apresentado num ritmo rápido, jamais cansando o leitor, conjugando-se de maneira sábia as simples cavalgadas e tiroteios com os questionamentos mais intelectuais. E são as próprias personagens que se questionam, com respeito a si próprias e a tudo que as cerca.

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