A nossa leitura da Mafalda, de Quino, reveste-se da seguinte 
principalidade : tentar estabelecer os limites mais significativos entre
 o discurso artístico e o discurso político, tendo em vista as possíveis 
funções politizantes encerradas numa prática ideológica - o discurso 
artístico como tal. Estes limites atravessam diversas fronteiras 
críticas que se centram em problemáticas definidas no corpo de uma 
região da ideologia : a problemática da leitura, a problemática do 
consumo, a problemática da produção, a problemática da narrativa, e assim
 por diante.
Compreender a Mafalda - série quadrinizada argentina 
lançada em março de 1.965 - pode representar um avanço qualitativo na 
demarcação dos limites assinalados. Daí a sua grande importância. Pelo 
menos, a sua importância dentro do nível estabelecido por nós : um nível
 dimensionado por certas leituras e práticas a partir de uma " diretriz 
universitária " - (Moacy Cirne). A Mafalda localiza-se no cerne da 
produção quadrinizada argentina.
Pelo menos, da produção mais recente. Seu
 autor, Quino ( pseudônimo de Joaquim Salvador Lavado), frequentou a 
Escola de Belas Artes da Universidade de Mendoza, tem pouco mais de 40 
anos e e´, de igual modo, um cartunista excelente. Seus livros Mundo 
Quino (1.963) e A Mi no me Grite (1.972) são amostras excepcionais do 
talento que lhe é peculiar.
Aliás, a Argentina sempre foi rica em 
humorismo gráfico. Alguns nomes poderiam ser lembrados : Quinterno ( 
autor de Patoruzu, personagem de quadrinhos ), os veiculados pela revista 
Cascabel (Flax e outros), Guilhermo Divito, César Bruto & Oski, 
Diógenes Taborda, Calé, Landru, Alfredo Olivera, Amengual, Medrano ( 
famoso com seus "Grafodramas", Lino Palacio, Kalondi, Ou Copi, que depois 
se firmaria na França).
Antes e depois da piccola e constetatária 
Mafalda, muito humor ocorreu e ocorre em terras portenhas. Jornais e, 
sobretudo, revistas marcavam esta ocorrência : El Mosquito, Cara Y 
Caretas, Rico Tipo, Cascabel, Tia Vicenta , etc...





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