No início,V de Vingança (V for Vendetta) foi concebida por Alan Moore e
David Lloyd como uma série sem número estipulado para terminar. Suas
histórias de seis páginas eram publicadas na Warrior, uma revista
inglesa, em preto e branco, nos mesmos padrões da famosa 2.000 A.D.
Infelizmente, a Warrior teve vida curta, devido a sua má
distribuição.Com seu frustrante cancelamento, V de Vingança foi
interrompida, no décimo primeiro capítulo da segunda parte,exatamente no
climax da história.
Cheia de referências cinematográficas e
"shakespearianas ", V de Vingança é uma trama política que mostra o pior
de todos os tipos de violência: o horror psicológico. Dono de um estilo
inconfundível, Alan Moore dá um show de maestria em seus roteiros sempre
recheados de flasbacks, sequências cinematográficas e citações. Foi graças
a ele que o conceito de terror nos quadrinhos livrou-se do rótulo
desgastante de vampiros, lobisomens e outros seres sobrenaturais, que vem
tentando assustar os leitores desde o século passado. Esses temas já
foram tão explorados que acabam caindo no ridículo. Para Moore, no
entanto, o mal é uma coisa que nos rodeia constantemente e pode nos
dominar a qualquer instante. É esse tipo de mal que é mostrado em V de
Vingança.
Ele explica : " Num século onde os paradoxos formam um vulcão
prestes a entrar em erupção, uma coisa certamente embaraçosa deve ser a
ascensão meteórica do horror como gênero da literatura, cinema e até
mesmo música, quando, diariamente, nos tornamos um pouco mais conscientes e
alertas quanto aos terrores da vida real ao nosso redor. Enquanto os
rostos de crianças desaparecidas nos fitam das embalagens de
leite, quarteirões são cercados para as tomadas do último filme de terror
para adolescentes. Enquanto o vírus da Aids se espalha pela sociedade
com uma facilidade tão insensível, quanto a onda colossal de ignorância e
preconceito, as prateleiras de nossas livrarias rangem sob o peso das
pragas e doenças que infestam as páginas dos livros.
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