O conjunto de todas as histórias de Ken Parker é como uma espécie de
repositório a aventura humana, com todas as suas misérias e grandezas. É o
próprio herói da série faz parte dessa bela galeria de
tipos ,mostrando-se como um ser humano normal, sujeito a
falhas, frequentemente se perguntando sobre qual atitude tomar, qual
direção seguir e nem sempre são decisões são as mais corretas, ou dão
certo.
Extraindo sempre de suas personagens ,o máximo de força
possível, Berardi compôs com elas o seu universo, onde o herói de estatura
média, feio e de nariz aquilino, se agiganta. Mas a sua força e a sua
presença não se afloram em medidas físicas e o Ken Parker humano que
aparece, que cresce e que vence os conflitos e apesar de todas as sua
imperfeições e limitações, ele ainda se apresenta aos leitores como a
clássica figura do herói do Oeste, aquele que se dá o direito de tomar a
lei nas próprias mãos,encarnando a tríade cega e infalível de Juiz, Jurí e
Carrasco.
Ken Parker não chega exatamente a ser um anti-herói, mas
afasta-se um tanto das figuras tradicionais do gênero. Curiosamente não
usa um revolver á cintura. A sua arma é o seu rifle. Preocupa-se com a
leitura e com a sua pouca cultura. No Brasil, Ken Parker foi lançado em
novembro de 1.978 pela editora VECCHI. Infelizmente, o seu tamanho foi
reduzido aqui e o trabalho gráfico resultou em algo inferior á edição
italiana. Com a falência da VECCHI, interrompeu-se a publicação da série
com o número 53.
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