As novas gerações, certamente, não estão bem a par do que foi o sucesso
dessa narrativa quadrinizada. Mas os antigos meninos das décadas de 30 e
40, os juvenilistas que hoje são professores, homens de
negócios, banqueiros ,médicos, engenheiros, jornalistas, advogados, radialistas, chegam
a sentir lágrimas nos olhos e um aperto no coração , quando se lembram
do antigo Flash Gordon.
Quando Flash Gordon explodiu nas páginas do "New
York American Journal" em 07 de Janeiro de 1.934, os quadrinhos já haviam
alçado vôo em ousadas aventuras pelo Cosmo no reator dorsal de Buck
Rogers (1.929) , e na cronosfera de Brick Bradford (1.933). Os pontos de
partida de Raymond não se destacavam exatamente pela originalidade. Havia
um pouco da fantaciência do começo do século, derivadas das
tubulações venusianas de Nick Carter (criação de Edgar Rice
Burroughs, também autor de Tarzan)
.A idéia de concentrar as aventuras em
um planeta perdido e cheio de armadilhas, como o de Mongo, com cidades
suspensas, submersas e evanescentes, veio,sem dúvida, do clássico "The Lost
World" de Conan Doyle (1.912) .Além de seu traço primoroso - que
revolucionou toda uma concepção de desenhos a pincel e pena - e de sua
"mise-en-page" burilada por linhas de insinuante elegância e bruscas
distinções, Raymond criou um universo barroco de gestualidade
excessiva, vestimentas ondulantes e objetos espiralados.
Na maior parte
dos quadrinhos a impressão é a de um erótico e agitado festim de ombros
femininos, decotes vertiginosos e bíceps contraídos , do qual
participam. Além do trio Gordon-Dale- Zarkov, e do tirânico imperador
Ming ,um exótico elenco de princesas lascivas, cortesãos ávidos de poder e
monstros de raças e eras disparatadas.
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